Espécie

Rhinolophus ferrumequinum (Schreber, 1774)

Nome Comum

Morcego-de-ferradura-grande

  • Rhinolophus ferrumequinum

Características

É o maior morcego-de-ferradura da Europa, com 29 a 35 cm de envergadura. O seu pêlo é fofo e macio, cinzento-escuro ou acinzentado na base e tons avermelhados no dorso. Por baixo é cinzento-esbranquiçado ou amarelo-esbranquiçado. As suas membranas alares e orelhas são ligeiramente cinzento-acastanhadas. A folha nasal é constituída por um processo conectivo superior com sela pequena e arredondada e um processo conectivo inferior pontiagudo de perfil.


Ecologia

É comum a reprodução ocorrer no fim de Setembro, contudo podem acasalar durante o inverno (época de hibernação). Os espermatozóides são armazenados no oviduto e útero da fêmea até à ovulação e fertilização em Março/Abril. Os locais de criação são ocupados desde Maio, com maior afluência no mês de Junho, ocorrendo os nascimentos entre meados de Junho e inícios de Agosto. Os abrigos de criação, albergam cerca de 50 a 500 fêmeas, que se penduram com as crias quer isoladamente, quer em grupos. A primeira cria nasce geralmente entre o 3º e o 5º Verão, correspondendo em média a 5,7 anos de idade. As fêmeas podem não se reproduzir todos os anos e apenas dão origem a uma cria por ninhada. Estas têm duas glândulas mamárias (mais 2 mamilos falsos). No Verão, os indivíduos desta espécie, saem 50 minutos depois do pôr-do-sol, alimentando-se intermitentemente pela noite fora entre os meses de Maio e Agosto, descansando por vezes em zonas próximas das áreas de alimentação. No final de Agosto podem ficar toda a noite fora do abrigo. A hibernação ocorre entre Setembro/Outubro e Abril, mas pode ser interrompida 2 a 3 vezes por mês para se alimentarem nas imediações do abrigo. Caça através da detecção minuciosa das presas, através do poleiro, voando de seguida para a captura da presa. São indivíduos essencialmente sedentários, deslocando-se cerca de 8 Km por noite. Os locais de descanso de Verão e Inverno distam não mais de 20-30 Km. A dispersão a cada um destes locais não supera os 64 Km. A longevidade máxima registada foi de 30 anos. Habitam vales com florestas densas, com zonas de matos e clareiras de acesso às pastagens, perto das áreas de descanso e com água corrente ou permanente. As colónias de criação abrigam-se principalmente em grandes edifícios, mas podem utilizar grutas e minas, onde geralmente hibernam. Ecolocação: 80-83 kHz.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Vulnerável (VU)


Distribuição Geral

Distribui-se pela Eurásia temperada, da Península Ibérica ao Japão e do Noroeste africano à Índia. Em Portugal, é mais comum no Norte e Centro, aparecendo esporadicamente no Algarve.

Distribuição Geográfica

Referências

Macdonald, D. & Barret, P. (1993). Mamíferos de Portugal e Europa – Guia Fapas.

Cabral, M.J.(coord.), Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N.,Oliveira, M.E., Palmeirim, J.M., Queiroz, A.I., Rogado, L. & Santos‐Reis, M. 2005.Livro vermelho dos vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituto da Conservaçãoda Natureza/ Assírio & Alvim. Lisboa. 660 pp.

http://www.iucnredlist.org/

Relatório Nacional de Implementação da Directiva Habitats (ICNB, 2008)

Mário Carmo (Observações Pessoais)