Espécie

Pleurodeles waltl (Michahelles, 1830)

Nome Comum

Salamandra-de-costelas-salientes; salamandra-dos-poços

  • Pleurodeles waltl

Características

É o maior anfíbio da nossa fauna, podendo os adultos ultrapassar os 30 cm de comprimento.O seu nome comum deve-se à extraordinária adaptação defensiva desta espécie: ao longo dos flancos estão dispostas 7 a 10 protuberâncias glandulares coincidentes com os extremos das costelas. Quando estão perante uma ameaça, conseguem fazer sobressair as costelas e através das protuberâncias costais segregam substancias tóxicas. O corpo é achatado e robusto, enquanto a cauda, tão longa como o resto do corpo, se encontra muito comprida lateralmente.A pele, apresenta uma coloração variável no dorso, podendo ser amarelada, esverdeada, acizentada ou castanha, por vezes com manchas escuras distribuidas irregularmente. As proeminencias das costelas possuem um tom amarelo-alaranjado bem vivo. O ventre é branco-amarelado, igualmente com manchas escuras. Possuem 4 dedos nos membros anteriores e 5 dedos nos posteriores. As larvas possuem espessas brânquias externas, membros e dedos muito finos.


Ecologia

O ciclo de vida da salamandra-de-costelas-salientes está dependente do tipo de massas de água existentes no local onde habita. Nas zonas mais húmidas ocupa qualquer tipo de charco, tanque, poço ou troços de ribeira, aí se possível passando todo o ano como um animal aquático. Caso as águas sequem no verão, pode estiar durante meses, enterrada no solo húmido. Nas zonas mais secas do Algarve, no entanto, esta espécie permanece em terra a maior parte do ano, escondendo-se em cavidades do solo, debaixo de pedras ou entre raízes de matagais e florestas, procurando as águas temporárias de charcos e ribeiras apenas após intensas chuvadas. Esta espécie consegue viver em zonas de sapal com água bastante salobra ou mesmo em águas francamente estagnadas e poluídas. O acasalamento dá-se no fundo da água, variando a sua época reprodutiva entre Setembro e Julho. O macho produz uma espécie de saco gelatinoso contendo os espermatozóides (espermatóforo) que acaba por ser recolhido pela cloaca da fêmea. Alguns dias depois, a fêmea inicia a deposição de 200 a300 ovos, dispostos isoladamente ou em grupos, sobre as plantas aquáticas ou entre pedras. As larvas nascem após um período de duas semanas. Estas mantêm-se na água durante 3 ou 4 meses, atingindo 7 cm de comprimento, já com um aspecto muito parecido aos progenitores, podendo assim sair do meio aquático. Aos 2 anos de idade já podem reproduzir-se. Esta espécie é bastante voraz, capturando todo o tipo de insectos, moluscos e vermes, bem como larvas aquáticas de outros anfíbios ou mesmo da sua própria espécie. As larvas são igualmente carnívoras, capturando crustáceos e larvas de insectos aquáticos.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Pouco Preocupante (LC)


Distribuição Geral

Na Europa, esta Salamandra vive exclusivamente no centro e no Sul da Península Ibérica, ocorrendo também no Nordeste de Marrocos. No Algarve é abundante no Litoral e em locais favoráveis do Barrocal, tornando-se rara nas zonas mais acidentadas do interior.

Distribuição Geográfica

Referências

Almargem, 2002. Anfíbios do Algarve.

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.

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