Espécie

Pelobates cultripes (Cuvier, 1829)

Nome Comum

Sapo-de-unha-negra

  • Pelobates cultripes

Características

O sapo-de-unha-negra é um animal bastante robusto, com cabeça forte e arredondada e pele lisa ou pouco verrugosa. Os olhos são proeminentes, prateados e de pupila vertical. A patas posteriores possuem membrana interdigital e, também, um esporão negro em forma de unha dura e cortante que este sapo usa para escavar o solo e que está na base do seu nome. A coloração do dorso pode variar entre o cinzento-amarelado, o cinzento-esverdeado e o castanho-claro, com manchas acastanhadas sobrepostas. As partes inferiores são esbranquiçadas com pontuações escuras dispersas. O tamanho dos adultos varia entre 5 e 10 cm, sendo os machos mais pequenos do que as fêmeas (máximo 8 cm).


Ecologia

É uma espécie essencialmente terrestre e de hábitos nocturnos e passa o tempo enterrado na areia ou terra solta, em buracos verticais que ele próprio escava e que, durante a época seca, atingem profundidades superiores a 1 metro, de forma a encontrarem a humidade necessária à sua sobrevivência. Sai durante a noite para caçar aranhas e insectos, sobretudo coleópteros e hemípteros. A época de reprodução inicia-se com as primeiras chuvas, no outono. O acasalamento desenrola-se dentro de água e pode durar várias horas ou mesmo dias. Os ovos, em número de 1 a 3 milhares, são dispostos em enormes cordões gelatinosos com 1 m de comprimento e que a femea enrola á volta de plantas aquaticas. Cerca de 5 a 8 dias após a postura, nascem os girinos, negros com 5 mm de comprimento. O processo de metamorfose completa-se após 4 meses, atingindo os girinos 10 a 12 cm de comprimento, sendo os anuros portugueses que abandonam a água com maior tamanho. A maturidade sexual é atingida por volta dos três anos de idade e vivem, em média, 10 anos.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Pouco Preocupante (LC)


Distribuição Geral

O sapo-de-unha-negra distribui-se por quase toda a Península Ibérica, Sudoeste e Sul de França. Devido aos seus hábitos fossadores, encontra-se associado a solos arenosos, pastagens e campos de cultura. No Algarve é mais abundante nos pinhais e planícies litorais e ao largo de alguns vales mais importantes do interior. Muito escasso ou mesmo ausente nas regiões mais montanhosas. Ocorre, com frequência, em dunas costeiras e junto a lagoas litorais com água algo salobra.

Distribuição Geográfica

Referências

Almargem, 2002. Anfíbios do Algarve.

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.