Espécie

Myotis myotis (Borkhausen, 1797)

Nome Comum

Morcego-rato-grande

  • Myotis myotis

Características

Morcego de tamanho grande, com 35 a 45 cm de envergadura, tem um pêlo denso e curto, com a base castanha. O dorso é castanho-claro , por vezes com tons cor de ferrugem. Por baixo, é branco-acinzentado. O focinho é largo e pequeno, as orelhas e as membranas alares são cor-de-rosa-acastanhadas e a face é quase pelada e rosa-acastanhada. As orelhas são longas e espessas com 7 a 8 pregas transversais no rebordo externo. O rebordo frontal é dobrado para trás e a ponta das orelhas é larga. O trago é largo na base, tornando-se estreito e bicudo a meio da orelha. As asas são largas, iniciando-se a membrana lateral na base dos dedos das patas posteriores. O espoão atinge metade do comprimento da membrana caudal, com uma quilha estreita e sem lóbulo pós-calcâneo. A última vértebra caudal está fora da membrana. Espécie semelhante ao morcego-rato-pequeno.


Ecologia

Espécie nocturna, saindo tarde do seu abrigo. No Verão as colónias de criação têm vários milhares de fêmeas e machos solitários. No Inverno, os indivíduos são geralmente solitários ou em pequenos grupos. No Outono, as fêmeas visitam os machos solitários para acasalarem, tendo cada macho um harém de 5 fêmeas. A partir de Março, as fêmeas formam grandes colónias de criação em edifícios ou em grutas, no máximo com cerca de 2000 fêmeas. Os nascimentos ocorrem a partir de Junho, após 46-70 dias de gestação. A maturidade sexual é atingida nas fêmeas aos 3 meses de idade e nos machos aos 15 meses. Têm 2 glândulas mamárias. Alimenta-se de besouros, escaravelhos e mariposas que apanham durante o voo ou de aranhas, gafanhotos e gripos, no solo. Prefere áreas rurais abertas e ligeiramente arborizadas, parques e áreas de reconstrução. Prefere o calor, abrigando-se em residências no Norte e em grutas no Sul. No Verão (Norte) abrigam as crias em sótãos quentes, em torres de igreja, raramente em compartimentos subterrâneos e quentes. No Inverno preferem grutas, minas e celeiros (temperaturas entre os 7 e os 12º C.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Vulnerável (VU)


Distribuição Geral

Distribui-se pela Eurásia Ocidental a sul do Báltico, desde a Península Ibérica até à Ucrânia, Turquia, Israel, Líbano e Síria. Em Portugal é relativamente frequente nas regiões Norte e Centro, ocorrendo esporadicamente no Algarve.

Distribuição Geográfica

Referências

Macdonald, D. & Barret, P. (1993). Mamíferos de Portugal e Europa – Guia Fapas.

Cabral, M.J.(coord.), Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N.,Oliveira, M.E., Palmeirim, J.M., Queiroz, A.I., Rogado, L. & Santos‐Reis, M. 2005.Livro vermelho dos vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituto da Conservaçãoda Natureza/ Assírio & Alvim. Lisboa. 660 pp.

Relatório Nacional de Implementação da Directiva Habitats (ICNB, 2008).

Mário Carmo (Observações Pessoais).