Espécie

Hyla meridionalis (Boettger, 1874)

Nome Comum

Rela-meridional

  • Hyla meridionalis

Características

A rela-meridional atinge um comprimento máximo de 5,5 cm. A cabeça é larga e o focinho arredondado. Os olhos, proeminentes, possuem uma coloração acastanhada com pupila arredondada. Tímpano bem visível. Patas longas com os dedos terminados por discos adesivos. Dorso de pele macia, habitualmente de cor verde-vivo, mas consoante a cor do substrato e o estado emocional do animal pode adquirir tons mais escuros (castanho, cinzento). Partes inferiores esbranquiçadas e granulosas. Apresenta uma faixa escura característica entre cada narina e o ombro. Machos com sacos vocais externos de cor escura.


Ecologia

Durante a época fria e também no pino do verão, as relas-meridionais entram em letargia em cavidades do solo, debaixo de folhas mortas ou entre troncos e raízes. Com a aproximação da primavera, geralmente ainda em Fevereiro, estes anfíbios começam a aparecer, sobretudo de noite, trepando pelos ramos de ervas e arbustos ribeirinhos onde encontram as suas presas favoritas – insectos voadores como mosquitos, mariposas e libelinhas – que capturam de um salto, embora se possam igualmente alimentar de formigas, aranhas e lagartas com que topam durante as suas movimentações através da vegetação palustre. Durante o dia, o animal mantém.se imóvel debaixo de alguma folha ou agarrado a um ramo, sendo difícil de detectar devido à camuflagem proporcionada pela sua capacidade de adaptar a coloração do corpo à do substrato. Durante o período reprodutor primaveril, os machos ocupam terriutórios bem precisos em volta dos locais mais apropriados, tentando atrair as femeas com os seus cantos repetitivos e poderosos. O acasalamento dá-se na água e dura pouco tempo. A postura é feita em várias massa flutuantes do tamanho de uma noz, contendo ao todo entre 500 a 1000 ovos, que acabam por cair no fundo da água ou ficam retidos na vegetação flutuante. 15 dias depois, nascem as larvas, demorando cerca de 3 meses a completarem a metamorfose. Atingem a maturidade sexual passados 3 a 4 anos.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Pouco Preocupante (LC)


Distribuição Geral

Esta espécie encontra-se distribuída, embora de forma fragmentada, na Península Ibérica e ainda na Catalunha e Guipúzcoa, sul de França, Noroeste de Itália, Mónaco, Menorca, Canárias e Norte de África. No Algarve pode encontrar-se junto a todo o tipo de habitats aquáticos, do litoral até ao interior, desde ribeiras e regatos, com corrente escassa, até lagoas e charcos, permanentes ou temporários, sempre que as suas margens se mantenham cobertas por abundante vegetação. Na Costa Vicentina vive em simpatria com a rela-comum.

Distribuição Geográfica

Referências

Almargem, 2002. Anfíbios do Algarve.

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.