A rela-comum é um anuro de pequenas dimensões, atingindo os 5 cm de comprimento máximo. Possui cabeça mais larga que comprida e focinho curto e arredondado. Os olhos são proeminentes, castanho-dourados e com pupila arredondada. Tímpano bem visível. Patas desenvolvidas, com todos os dedos terminados em discos adesivos. A pele é lisa e brilhante. Coloração do dorso quase sempre verde-vivo, por vezes com tons amarelados ou outros, de acordo com as condições do habitat e a necessidade de camuflagem. Em cada flanco apresenta uma típica faixa escura que se estende entre as narinas e a zona interna das patas posteriores, curvado aí para cima. Partes inferiores granulosas branco-amareladas, por vezes com tons carnosos. O macho possui na garganta um grande saco vocal externo de cor escura.

Espécie tipicamente arborícola, passa o dia imóvel entre os arbustos e as ervas altas, confundindo-se com a vegetação devido às suas boas capacidades de mimetismo. De noite ou em condições de grande humidade, as relas saem do seu torpor, trepando ou saltando de ramo em ramo com a ajuda das ventosas que possuem na extremidade dos dedos. Conseguem assim perseguir uma grande variedade de espécies como formigas, aranhas e lagartas, mas também insectos voadores que capturam de um salto. A reprodução dá-se na primavera, altura em que as relas podem ser observadas em grandes grupos junto aos locais mais apropriados. O acasalamento dá-se na água durante a noite e dura pouco tempo. A fêmea deposita vários cachos de ovos envolvidos por uma camada gelatinosa, que acabam por cair no fundo do charco. No total, a postura comporta entre 800 e 1000 ovos, dos quais, 10 a 15 dias depois, emergem as larvas esbranquiçadas com 5-8 mm de comprimento. O desenvolvimento dura cerca de 3 meses, coincidindo o final da metamorfose com o final da primavera (início do verão, atingindo a maturidade 3 a 4 anos depois.

Residente (Res)

Pouco Preocupante (LC)

A rela-comum distribui-se por grande parte da Europa e região ocidental da Ásia. é uma espécie intimamente associada às zonas húmidas de água doce, vivendo na margem de charcos, lagoas e ribeiras com vegetação alta e abundante (canas, juncos, silvas), bem como em terrenos alagadiços com boa cobertura herbácea. No Algarve é apenas conhecida das zonas húmidas da Costa Vicentina.

Almargem, 2002. Anfíbios do Algarve.

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.

http://www.charcoscomvida.org