Está iminente a destruição da zona húmida da Alagoas Brancas em Lagoa, no Algarve
O executivo autárquico de Lagoa autorizou um promotor imobiliário a realizar os trabalhos de urbanização da Alagoas Brancas. Os trabalhos de terraplanagem e destruição da vegetação natural tiveram início na semana passada. A destruição desta zona húmida põe em risco a segurança da cidade em situação de cheia. É notória a ilegalidade deste ato, impermeabilizando uma zona que trará severas consequências, tendo em conta o regime de pluviosidade a que o Algarve está sujeito. Perante esta situação, as organizações não-governamentais Associação Almargem, A Rocha Portugal, GEOTA, FAPAS, Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável, não se conformam, nem vão ficar paradas perante esta agressão ambiental grave e desnecessária.
Para contestar esta construção que põe em risco não só os valores naturais mas também a própria segurança da população de Lagoa face a cheias, as ONG, em colaboração com o movimento de cidadãos pelas Alagoas Brancas, convocaram uma marcha de protesto para o próximo sábado, 22 de outubro, às 17h, no Largo do Auditório Municipal Carlos do Carmo, em Lagoa.
Iniciou-se a destruição do habitat de mais de 300 espécies de plantas e animais nativos, alguns dos quais protegidos por lei ou ameaçados de extinção. Além disso, destrói-se a possibilidade da criação de um local único na cidade para o usufruto da população, para a proteção da natureza e para a redução do impacto de cheias e enxurradas. Isto, para construir mais uma zona comercial que, a ser necessária, poderia ser construída noutro local da cidade.
Há mais de cinco anos que o movimento de cidadãos em defesa das Alagoas Brancas e as associações de defesa do ambiente vêm alertando para a necessidade de rever este processo. Este projeto desatualizado em termos económicos e desfasado da realidade social atual, só avança pela teimosia do executivo autárquico local, enquanto outras autarquias hoje em dia no Algarve até incentivam a intervenção dos cidadãos na gestão do território e a valorização de espaços naturais junto dos centros urbanos, onde pequenas áreas naturais, como as Alagoas Brancas, podem servir de local de lazer e de conhecimento para a população, e de fonte de mitigação das alterações climáticas e proteção da biodiversidade.
O executivo autárquico de Lagoa sabe dos valores que a área contém, bem como da vontade de muitos cidadãos de proteger as Alagoas Brancas e promover a observação de aves durante o inverno. A autarquia ignorou um projeto de requalificação e proteção da área, com financiadores e benefícios económicos e sociais importantes. Atualmente, decorrem ainda uma petição com mais de 6650 assinaturas e um processo judicial no Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé que ainda pode reverter a decisão da autarquia.
Porque é que a autarquia não fez o estudo de impacto ambiental quando as autoridades competentes, como o ICNF, o recomendaram? É uma situação grave que requer uma queixa na Comissão Europeia, por violação flagrante das diretivas comunitárias Aves, Habitats e de Impacte Ambiental.
É incompreensível e inaceitável nos dias de hoje esta prepotência camarária exercida contra os desejos dos cidadãos que simplesmente fazem a escolha pela qualidade de vida das gerações futuras.
O movimento de cidadãos pelas Alagoas Brancas não vai cruzar os braços e vai continuar a lutar pela conservação da área e impedir este atentado ambiental, exigindo que as instituições de proteção da natureza cumpram o papel para que estão destinadas.
As ONG acreditam que ainda é possível reverter o processo e restaurar os danos ambientais causados, e prometem lutar para travar a destruição e para que seja reposta a situação inicial, permitindo que a natureza faça a sua parte, para benefício dos cidadãos de Lagoa e de todos os que visitarem a cidade.
Mais informação
Petição contra a destruição das Alagoas Brancas
Fotografias para download (Google Drive)
Voltar
- ► 2024 (6)
- ► Agosto (1)
- ► Julho (2)
- ► Abril (2)
- ► Março (1)
- ► 2023 (14)
- ► Novembro (5)
- • Estação de Dessalinização - Minuta e apelo à participação na consulta pública
- • Pseudo SIMPLEX Ambiental: desresponsabilizar sem desburocratiza
- • UMA NOVA BARRAGEM NO ALGARVE - NA RIBEIRA DA FOUPANA: NÃO, OBRIGADO!
- • Oferta de emprego: Administrativo(a)
- • Nota de pesar da Almargem pelo falecimento da Dra. Nelly Henrique de Brito
- ► Setembro (1)
- ► Agosto (1)
- ► Julho (1)
- ► Junho (1)
- ► Maio (2)
- ► Abril (1)
- ► Março (2)
- ► Novembro (5)
- ► 2022 (15)
- ► Dezembro (1)
- ► Outubro (2)
- ► Setembro (1)
- ► Julho (2)
- ► Junho (2)
- ► Maio (1)
- ► Abril (1)
- ► Março (1)
- ► Fevereiro (2)
- ► Janeiro (2)
- ► 2021 (19)
- ► Dezembro (1)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (1)
- ► Setembro (2)
- ► Agosto (2)
- ► Julho (4)
- • Ministério da Agricultura ignora peritos nomeados, académicos e ONGAs na elaboração do Plano Estratégico da PAC e coloca em causa Pessoas e Ambiente
- • Tribunal mantém providência cautelar para proteger as Alagoas Brancas
- • Festival de Birdwatching de Sagres está de volta!
- • Documento de Posição sobre o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC) para Portugal
- ► Maio (1)
- ► Abril (1)
- ► Março (4)
- • Câmara de Loulé e Almargem lançam brochuras interpretativas das “Encostas do Cadoiço” e “Campos de Lapiás”
- • Almargem promove capacitação de agentes turísticos em Monchique para o segmento de caminhada
- • Nota de pesar pelo falecimento do Professor Miguel Magalhães Ramalho
- • Associação Almargem sensibiliza algarvios para uma gestão sustentável da Água
- ► Janeiro (2)
- ► 2020 (14)
- ► Novembro (2)
- ► Setembro (1)
- ► Julho (1)
- ► Junho (2)
- ► Maio (2)
- ► Abril (2)
- ► Março (1)
- ► Fevereiro (1)
- ► Janeiro (2)
- ► 2019 (12)
- ► Outubro (2)
- ► Setembro (2)
- ► Agosto (1)
- ► Junho (1)
- ► Março (3)
- ► Fevereiro (2)
- ► Janeiro (1)
- ► 2018 (23)
- ► Dezembro (2)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (4)
- ► Setembro (1)
- ► Agosto (4)
- ► Julho (1)
- ► Junho (3)
- ► Maio (2)
- ► Fevereiro (3)
- ► Janeiro (2)
- ► 2017 (26)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (1)
- ► Setembro (1)
- ► Agosto (4)
- ► Julho (1)
- ► Junho (4)
- ► Maio (2)
- ► Abril (1)
- ► Março (2)
- ► Fevereiro (4)
- ► Janeiro (5)
- • Contratos em vigor: desrespeito pelas leis e desprezo pela opinião dos cidadãos
- • Festival de Observação de Aves de Sagres arrecadou o Prémio Sustentabilidade
- • Ardeu o Palácio da Fonte da Pipa – Loulé
- • Obras em zona húmida de Lagoa
- • Governo deve rescindir os contratos celebrados com a Repsol/ Partex
- ► 2016 (27)
- ► Dezembro (4)
- ► Novembro (5)
- ► Outubro (1)
- ► Setembro (1)
- ► Agosto (3)
- ► Julho (5)
- ► Junho (3)
- ► Maio (2)
- ► Março (1)
- ► Fevereiro (1)
- ► Janeiro (1)
- ► 2015 (25)
- ► Dezembro (2)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (1)
- ► Setembro (4)
- ► Agosto (2)
- ► Julho (4)
- ► Junho (2)
- ► Maio (1)
- ► Abril (2)
- ► Março (2)
- ► Fevereiro (1)
- ► Janeiro (3)
- ► 2014 (12)
- ► Outubro (1)
- ► Agosto (1)
- ► Julho (2)
- ► Maio (1)
- ► Abril (4)
- ► Janeiro (3)
- ► 2013 (3)
- ► 2012 (6)
- ► Outubro (2)
- ► Julho (3)
- ► Junho (1)
- ► 2010 (8)
- ► Julho (1)
- ► Junho (1)
- ► Maio (2)
- ► Março (2)
- ► Fevereiro (2)
- ► 2009 (17)
- ► Dezembro (1)
- ► Outubro (2)
- ► Setembro (1)
- ► Agosto (5)
- ► Julho (2)
- ► Junho (2)
- ► Maio (2)
- ► Abril (2)
- ► 2008 (4)
- ► 2007 (3)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (1)
- ► Julho (1)
- ► 2005 (1)
- ► Julho (1)
- ► 2004 (3)
- ► Dezembro (1)
- ► Julho (1)
- ► Fevereiro (1)
- ► 2003 (7)
- ► Novembro (1)
- ► Outubro (1)
- ► Agosto (1)
- ► Julho (3)
- ► Junho (1)
- ► 2002 (3)
- ► 2001 (2)