A Junta de Andalucia prepara-se esta semana para anunciar formalmente que grande parte da Comarca de Betúria, no Baixo Guadiana, constituirá em breve o mais recente Parque Natural daquela região autónoma espanhola.

Segundo as palavras da Conselheira de Ambiente andaluza, Cinta Castillo, toda a região sairá a ganhar com a aquisição deste novo estatuto, uma vez que ele constituirá “um instrumento eficaz para garantir a conservação da biodiversidade e dos ecossistemas e para conciliar essa protecção com o desenvolvimento económico dos municípios”, sublinhando que “os recursos naturais, a biodiversidade e a própria paisagem são a melhor solução para gerar riqueza”.

A Associação Almargem saúda com particular entusiasmo esta decisão da Junta de Andalucia, a qual vem ao encontro da proposta de criação do Parque Natural Baixo/Bajo Guadiana Internacional, apresentada há já alguns anos por grupos ecologistas de ambas as margens do Guadiana.

Na verdade, só um Parque Natural transnacional, dotado dos meios apropriados, gerido de forma eficiente e com os olhos postos no desenvolvimento sustentável da região e na preservação dos valores naturais comuns, poderá trazer ao Baixo Guadiana a distinção que merece no contexto ibérico e europeu.

Cabe agora aos dirigentes políticos portugueses, nomeadamente ao Governo e aos Autarcas do Baixo Guadiana, seguirem o exemplo dos nossos vizinhos da Andaluzia, sob pena de, mais uma vez, o Algarve ficar para trás.

A Associação Almargem propõe assim a realização a breve prazo de uma Conferência acerca do futuro do Baixo Guadiana em que, de uma vez por todas, possa ser discutida, com seriedade e sem preconceitos, a possibilidade de aí ser criado um Parque Natural à semelhança do que agora é proposto para a Andaluzia.

Loulé, 9 de Fevereiro de 2010

A Direcção