IKEA em Loulé: a posição da Almargem
Acerca das afirmações e insinuações que, nos últimos tempos, têm vindo a público, nomeadamente na blogosfera, acerca da posição da Associação Almargem face aos negócios da IKEA no concelho de Loulé, a Direcção tem a dizer o seguinte:
1. Corresponde inteiramente à verdade que um dos terrenos adquiridos para eventual instalação da IKEA no sítio dos Caliços pertencia à família de um associado e colaborador activo da Almargem.
2. Nem a Direcção da Associação Almargem nem nenhum dos seus actuais membros têm a ver com este negócio que, aliás, desconheciam por completo até há bem pouco tempo atrás.
3. Tentar relacionar estes factos com um alegado silêncio comprometedor da Almargem perante a situação em causa, é uma atitude abusiva que a Direcção repudia de forma veemente.
4. Por muito que o deseje e seja seu dever estatutário, a Associação Almargem não consegue acompanhar todo e qualquer caso relacionado com o ambiente e o ordenamento do território que ocorra no Algarve. À excepção de alguns projectos bem concretos, a actividade da associação continua (e continuará) a depender do voluntarismo dos seus membros e, em particular, daqueles que aceitam, à custa de algum sacrifício pessoal, integrar a Direcção.
5. No caso em apreço, estamos perante um conflito de interesses privados envolvendo duas potenciais localizações (Caliços e Franqueada) para instalação da IKEA e outras grandes companhias. Trata-se, em ambos os casos, de locais ecologicamente pouco relevantes e até em parte desqualificados por sucessivas intervenções humanas de carácter diverso (zonas industriais, oficinas, pomares de exploração intensiva). Não são, por isso, à partida, sítios que devam estar no topo das preocupações da Almargem, apesar de ambos incluírem terrenos pertencentes à RAN, estatuto que, como é sabido, nem sempre os poderes públicos têm sabido respeitar, sobretudo quando outros interesses mais “elevados” se apresentam.
6. De qualquer modo, a Associação Almargem não é, em princípio, favorável à implantação de mais grandes superfícies comerciais, sobretudo do modo massificado e pouco sustentável a que se tem assistido no Algarve, tendo em conta a alteração negativa dos hábitos sociais e de consumo que geralmente acarreta e a grave afectação do pequeno comércio tradicional nas zonas envolventes.
Loulé, 15 de Março de 2010
O Presidente da Direcção
João António Santos
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