Concessionárias mantém recusa de divulgar documento de renúncia aos contratos, mesmo em sede de Tribunal
Terça, 29 Janeiro 2019 20:39
A Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP) considera que só o conhecimento do ofício que atesta a desistência das petrolíferas do furo de Aljezur garante a verdade da desistência. Após pedidos insistentes e reiterados (e a garantia prestada pelo Secretário de Estado da Energia de que o ofício chegou efetivamente à tutela), a PALP pediu que este documento fosse anexado ao processo que decorre actualmente em Tribunal. O consórcio recusa-se a fazê-lo.A PALP relembra ainda que o contrato de concessão celebrado entre o consórcio e o Estado Português se mantém em vigor até 31 de Janeiro de 2019, tendo o Titulo de Utilização Privativa do Espaço Marítimo (TUPEM) expirado no passado dia 10, e exige que não haja lugar a nenhum tipo de prorrogação.
No final de Outubro, a comunicação social fazia saber que o consórcio ENI/Galp desistia das operações face à oposição da sociedade civil, quer no plano político, quer no plano judicial. O próprio Ministro do Ambiente e da Transição Energética, no mesmo dia, tornou público que “o consórcio ENI/Galp apresentou hoje, 29 de Outubro, um ofício a solicitar a renúncia do contrato de prospeção, pesquisa, desenvolvimento e produção de petróleo para as áreas denominadas por Santola, Lavagante e Gamba”. [1]
O que é inaceitável, na óptica da PALP, é que, após pedidos persistentes, tanto o Governo como as concessionárias se recusem a publicar o documento em que o consórcio renuncia ao TUPEM. Lembramos inclusivamente que, no ofício enviado pelo Gabinete do Secretario de Estado da Energia, o governo indicava que “a renúncia da Galp e ENI ainda não produziu efeitos jurídicos a que se destina”, o que contribui para adensar a suspeita e a confusão face à real existência deste ofício e quanto à efetiva renúncia ao contrato.
Mais uma vez, hoje, 29 de Janeiro, ficamos a conhecer a resposta das concessionárias ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Loulé, onde apenas reafirmam que o contrato termina em 31 de Janeiro, sem que clarifiquem em que aspecto é que esta informação inibe a publicação do ofício. Fazem também questão de “respeitosamente” relembrar que a PALP pode, no âmbito do processo judicial em curso, sempre optar pela desistência do processo a qualquer momento, caso considere que já não existe caso para o Tribunal.
A PALP denuncia assim a clara sonegação de informação tanto no âmbito do conhecimento público e do que devem ser as boas práticas de transparência e integridade por parte de governantes democraticamente eleitos, como no âmbito de um processo jurídico que decorre em Tribunal. Não é concebível que o Governo persista na sua conivência com as petrolíferas, no que à falta de informação toca e que não coloque em prática todas as declarações que têm vindo a público de que se pretende uma viragem de Portugal para as energias renováveis e abandono da prospecção petrolífera[2] [3] [4].
Exige-se assim que este ofício seja tornado público o mais rapidamente possível e que haja um compromisso inequívoco do Governo quanto ao fim e não renovação dos contratos para prospecção e exploração de petróleo e gás, consagrando esta mudança de paradigma no Plano de Situação de Ordenamento do Espaço Marítimo em consulta pública até dia 31 de Janeiro.
[1]https://www.publico.pt/2018/10/30/economia/noticia/eni-galp-renunciam-furo-aljezur-governo-afasta-novas-licencas-1849310
[2]https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/ana-paula-vitorino-exploracao-de-hidrocarbonetos-e-assunto-encerrado
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