Espécie

Oryctolagus cuniculus (Linnaeus, 1758)

Nome Comum

Coelho-bravo

  • Oryctolagus cuniculus

Características

Espécie com 34 a 50 cm de comprimento cabeça-corpo, mais pequeno e menos esguio que a lebre. As orelhas têm um comprimento inferior ao da cabeça, com as pontas castanhas. A superfície superior da cauda é castanho-escura (branca por baixo, visível quando foge). Apresenta uma mancha castanho-avermelhada na zona superior do pescoço e o pêlo do ventre cinzento-azulado.


Ecologia

Hábitos crepusculares e nocturnos, com actividade diurna quando não há interferência do Homem. Na Península Ibérica a época reprodutiva decorre entre o final de Outubro e estende-se até Junho, atingindo o período máximo entre Fevereiro e Maio, alguns autores registam pausa na reprodução durante os meses de Julho a Setembro. O período de gestação dura entre os 28 e os 30 dias podendo as fêmeas ter 3 a 5 ninhadas por ano, resultando cada ninhada em 3 a 6 crias. São indivíduos bastante sociáveis, vivem em 5 grupos familiares de 2 a 7 indivíduos apresentando uma hierarquia social rígida com um macho e fêmea dominante. Alimentam-se sobretudo de folhas de espécies nutritivas (cereais em germinação, árvores novas, couves). No Inverno comem gramíneas, bolbos e cascas. Habitam solos cobertos de urze, matagais, campos abertos e prados, orlas de terrenos agrícolas, bosques e solos arenosos e secos. A toca de reprodução é um túnel de 1-2 m de comprimento, que conduz a um ninho constituído por erva e musgo, forrado com pêlo da barriga. A longevidade máxima registada foi de 9 anos.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Quase Ameaçado (NT)


Distribuição Geral

O coelho-bravo é originário da Península Ibérica. A sua actual distribuição mundial,
desde a Europa à Austrália e em mais de 800 ilhas, resulta de numerosas e repe-
tidas introduções. Em Portugal, está presente em todo o território continental. No Algarve existem dados de presença para os Sítios Classificados da Rocha da Pena e Fonte Benémola, Parque Natural da Ria Formosa, Reserva Natural de Castro Marim, Parque Ambiental de Vilamoura e Lagoa dos Salgados.

Distribuição Geográfica

Referências

Cabral, M.J.(coord.), Almeida, J., Almeida, P.R., Dellinger, T., Ferrand de Almeida, N.,Oliveira, M.E., Palmeirim, J.M., Queiroz, A.I., Rogado, L. & Santos‐Reis, M. 2005.Livro vermelho dos vertebrados de Portugal. 2ª ed. Instituto da Conservaçãoda Natureza/ Assírio & Alvim. Lisboa. 660 pp.

Macdonald, D. & Barret, P. (1993). Mamíferos de Portugal e Europa – Guia Fapas.

Amaro, F. (2002).Levantamento das espécies de mamíferos existentes na zona terrestre do P.N.R.F.

Lavinas, C. 2004. Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, uma contribuição para a sua gestão. Instituto da Conservação da Natureza / Centro de Zonas Húmidas

Vicente, M. (2004). Caracterização da Fauna do Parque Natural da Ria Formosa (Estudo Inserido no Âmbito da Revisão do Plano de Ordenamento do PNRF). ICN

Amaro, F. (2002). Inventariação e propostas de conservação para os micromamíferos do Parque Ambiental de Vilamoura (P.A.V.). Pequenos mamíferos e propostas de conservação. CENA.

Amaro, F. (2000). Pequenos mamíferos associados aos Sítios Classificados da Rocha da Pena e Fonte Benémola.

Rias (2010-2012). Dados de entrada de animais no Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens. Quinta de Marim.

Lopes, A. (2012). Estudo da dieta do Coelho-Bravo e Lebre-Ibérica em Trás-os-Montes: Influência da alimentação na estratégia reprodutora. Instituto Politécnico de Bragança.

http://www.iucnredlist.org/