Dia B: Dezasseis Passos Positivos em prol da Biodiversidade
No dia em que se comemora o Dia Mundial da Biodiversidade, muitos serão aqueles que ouvirão falar deste conceito cada vez mais mediático. Porém, poucos serão aqueles que lembrarão o quanto a nossa vida depende cada vez mais deste património, e do quanto nos esquecemos e subestimamos os serviços que ele nos presta, seja no fornecimento de alimentos, matérias-primas, medicamentos e água de qualidade, seja na regulação do clima, constituindo a base da subsistência económica em sectores tão diversos como a agricultura, as pescas ou o turismo.
Nascido na Conferência do Rio, em 1992, o Dia Mundial da Biodiversidade propõe-se alertar para a urgência de invertermos e travarmos a perda de biodiversidade provocada pelo Homem. Recorde-se que nas últimas 5 décadas assistimos à degradação de mais de 60% dos ecossistemas naturais, calculando-se que mais de 40% das espécies conhecidas esteja ameaçada de extinção, a uma taxa muitas dezenas de vezes superior ao normal.
No Algarve a situação é também preocupante. Apesar de albergar uma biodiversidade notável, uma das maiores no contexto europeu, com um conjunto de valores naturais de elevado interesse científico, particularmente ao nível da flora, e da protecção estar consagrada legalmente para uma parte significativa destas espécies, em grande medida por imposição de directivas comunitárias, a sua preservação efectiva apresenta graves lacunas, não só pela existência de falhas a nível da cobertura territorial, mas igualmente pela manifesta falta de sensibilidade de muitos cidadãos e de algumas entidades governamentais ou municipais. Assim, nas últimas décadas vem-se assistindo a uma perda considerável da biodiversidade na região, à semelhança do que aconteceu na Europa e em Portugal, em grande medida como resultado da destruição, fragmentação e degradação de habitats, como consequência da construção de infra-estruturas, em particular no litoral, mas igualmente da sobrexploração de recursos e introdução de espécies exóticas.
A Associação Almargem acredita que a protecção da biodiversidade só será possível se for reconhecido o papel vital que ela desempenha para todos, sendo para isso imprescindível que a sociedade (Estado, autarquias, empresas, escolas, cidadãos em geral) assumam a responsabilidade e o dever de incorporar esse valor nas suas actividades, e desta forma contribuir para perpetuar a biodiversidade também a uma escala local e regional.
No Dia Mundial da Biodiversidade, a Associação Almargem vem assim propor Dezasseis Passos Positivos em prol da Biodiversidade no Algarve, um por cada Concelho da região.
Mais do que listar e divulgar Maravilhas Naturais sem que se garanta a respectiva preservação, importa apresentar medidas muito concretas que possam fazer a diferença e promover realmente a conservação da natureza, das paisagens, das espécies e dos habitats naturais do Algarve.
Aqui ficam as propostas que a Almargem endereça publicamente a cada um dos 16 responsáveis autárquicos algarvios, esperando que estes possam acolhê-las de bom grado:
Alcoutim:
Reformulação profunda do projecto urbano-turístico Portelas do Guadiana, de forma a garantir a preservação da paisagem e dos habitats naturais do Baixo Guadiana Internacional.
Castro Marim:
Reformulação profunda dos projectos urbano-turísticos de Almada de Ouro e Corte Velha, de forma a garantir a preservação da paisagem e dos habitats naturais do Baixo Guadiana Internacional.
Vila Real de Santo António:
Apresentação de um plano de gestão florestal e ambiental para a Mata Nacional de Monte Gordo, que possibilite a sua valorização e o usufruto responsável por parte da população.
Tavira:
Apresentação de um plano de intervenção ambiental e recuperação dos habitats para a zona do Pego do Inferno e Vale da Asseca, com eventual criação de uma área de Paisagem Protegida Local, gerida pelo município.
Olhão:
Apresentação de um plano de ordenamento e gestão para o sítio Rede Natura (ZEC) do Cerro da Cabeça, o qual garanta a preservação da paisagem e dos importantes valores naturais aí existentes.
S. Brás de Alportel:
Criação de uma área de Paisagem Protegida Local na zona entre o Olho Pariz e a Herdade da Corte, a qual garanta a preservação da paisagem e dos importantes valores naturais aí existentes.
Faro:
Apresentação de um plano de gestão florestal e ambiental para a mata do Pontal, que possibilite a sua preservação, valoriozação e usufruto por parte da população, transformando-a no verdadeiro pulmão verde da cidade.
Loulé:
Apresentação de um plano de intervenção ambiental e recuperação dos habitats da zona da Foz do Almargem, com eventual criação de uma área de Paisagem Protegida Local, gerida pelo município.
Albufeira:
Aprovação faseada do plano de intervenção ambiental e gestão de habitats para o sítio Rede Natura (ZEC) da Ribª de Quarteira, que desde 2006 se encontra pendente de uma decisão por parte dos responsáveis da autarquia.
Silves:
Reformulação profunda do projecto urbano-turístico da Praia Grande, de forma a garantir a preservação dos valores naturais existentes entre a Lagoa dos Salgados e o Sapal de Pêra, incorporando a componente de turismo sustentável.
Lagoa:
Implantação de um trilho de interpretação da natureza e do território entre a Ponta da Sª da Rocha e as Fontes de Estombar, como forma de promover formas alternativas de turismo e garantir um cordão verde ao longo do litoral do concelho.
Portimão:
Criação da Área Protegida da Ria de Alvor, e de uma área de Paisagem Protegida Local na zona da Ponta João de Arens, a qual garanta a preservação da paisagem e dos importantes valores naturais aí existentes, face à crescente urbanização da área envolvente.
Monchique:
Apresentação de um plano de recuperação, criação em viveiro e reintrodução, nos locais mais apropriados da Serra, do carvalho-de-Monchique e de outras espécies arbóreas e arbustivas autóctones.
Lagos:
Criação de uma área de Paisagem Protegida Local abrangendo as várzeas e zonas húmidas do antigo Paul de Lagos, a qual garanta a recuperação dos habitats e conservação das espécies aí existentes.
Vila do Bispo:
Valorização da Reserva Biogenética da Península de Sagres, com lançamento de uma campanha sistemática e reforçada de erradicação total de chorão e outras plantas exóticas.
Aljezur:
Valorização dos “medos” ou zonas dunares sobre falésia (Pontal da Carrapateira, Vale da Telha, Amoreira), com a criação de micro-reservas botânicas que promovam a sua protecção e o seu usufruto responsável.
Loulé, 22 de Maio de 2010
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