Observação de Aves no Concelho de Loulé
Nos últimos anos, o crescente interesse pela observação de aves (“Birdwatching”) tem trazido a Portugal um turismo mais sustentável e compatível com o seu património natural. Portugal está entre os países europeus com maior diversidade de espécies, devido, sobretudo, à grande variedade de habitats. Por isso é um local bastante procurado para esta actividade, atraindo cada ano um crescente número de adeptos no intuito de observar e fotografar as diferentes espécies de aves.
Os ricos e variados valores naturais e paisagísticos do Algarve, tornam esta região um ponto de interesse ornitológico importante no país. Para além das famosas praias, há todo um mundo natural por descobrir, do litoral à serra algarvia, que inclui importantes áreas protegidas, paisagens com características geológicas variadas e especiais, até aos imponentes maciços serranos. A diversidade da natureza é, definitivamente, uma das maiores riquezas do Algarve.
O Concelho de Loulé é um exemplo notável desta diversidade. A grande variedade de habitats propiciam a ocorrência de uma rica avifauna, fazendo deste território um dos mais interessantes para a prática da observação de aves no Algarve. Algumas dessas espécies são especialmente interessantes em resultado dos seus estatutos de conservação, e outras por serem raras e estarem localizadas em sítios muito específicos. É neste contexto que a Câmara Municipal de Loulé e a Almargem decidiram juntar-se para criar este Roteiro, que pretende, essencialmente, contribuir para a divulgação dos valores ornitológicos do Concelho de Loulé. Este Roteiro é resultado de dados recolhidos ao longo de vários anos, durante vários censos de aves, muitas saídas de campo, bem como saídas de reconhecimento de terreno. Este roteiro destina-se a pessoas já com alguma experiência na observação e identificação de espécies de aves, uma vez que não descreve como identificar as espécies em cada habitat apresentado, mas sim quais são as espécies presentes, bem como a abundância e a ocorrência destes ao longo do ano.
Apresentamos 3 itinerários neste guia, situando-se cada um diferente ecossistema da região do Concelho de Loulé: as Zonas Húmidas do Litoral (Roteiro 1), o Barrocal (Roteiro 2) e a Serra do Caldeirão (Roteiro 3). É dada a caracterização geral de cada um destes espaços, bem como os valores naturais associados, os estatutos conservação e outras informações relevantes.
As zonas Húmidas do Litoral
As zonas húmidas são, a nível mundial, um dos mais ricos e produtivos ecossistemas da biosfera e constituem um dos mais importantes refúgios e locais de nidificação para muitas espécies de aves aquáticas.
O Barrocal
O Barrocal é uma sub-região de área reduzida entre o litoral e a serra algarvia, com estatuto de Protecção Legal associado à Directiva Habitats (Sítio de Importância Comunitária; Sítio do Barrocal - PTCON0049). A zona é composta tanto por terrenos pouco acidentados como por maciços de calcário, ambos revestidos de vegetação arbustiva e arbórea diversificada, de associação mediterrânea.
A Serra do Caldeirão
Esta região faz a fronteira entre o barrocal algarvio e as peneplanícies do Baixo Alentejo. Faz parte do antigo maciço montanhoso e é composta fundamentalmente por xistos e grauvaques, rochas que originam solos finos e pouco férteis.
Recomendações Gerais
- Seguir sempre pelo trilho indicado, quando necessário;
- Respeitar sempre a natureza: não poluir ou perturbar o local, a fauna ou a flora;
- Não circular com veículos fora de estradas e caminhos destinados a esse fim;
- Depositar sempre os seus desperdícios em local próprio (levar consigo se não existir);
- Respeitar sempre os bens e propriedades privadas;
- Quando de visita numa Área Protegida, colabore com a conservação dos valores naturais e culturais da Área;
- Nas Áreas Protegidas, seguir as instruções dos serviços de vigilância, tanto para a sua segurança como para facilitar o seu trabalho;
- Evitar valas, poços ou locais com águas profundas;
- Evitar animais perigosos ou outras situações que possam pôr em risco o observador;
- Evitar áreas que possam danificar o material e principalmente quedas;
- Utilizar sempre vestuário adequado à época do ano. Não se esquecer de utilizar um boné para proteger do sol;
- Utilizar calçado apropriado, como por exemplo: botas de marcha confortáveis;
- Trazer sempre água consigo;
- Recomenda-se utilizar sempre binóculos ou telescópio. Os binóculos mais aconselhados são geralmente os que têm uma ampliação entre 8 x e 10 x;
- Utilizar telescópios para a observação de aves no mar, estuários ou outras situações de distâncias consideráveis;
- Utilizar telescópios para a observação a curta distância quando se pretende observar grandes bandos de aves como gaivotas ou limícolas;
- Recomenda-se a utilização de um tripé para permitir uma observação de aves mais confortável;
- Ter algumas noções sobre a posição da luz durante o dia, e a influência que esta pode ter sobre as observações pode ser também bastante vantajoso;
- Trazer um caderno de campo é sempre útil para quem gosta de anotar os pormenores das aves observadas.
Guia
Aceda ao guia completo AQUI.