Espécie

Alytes cisternasii (Boscá, 1879)

Nome Comum

Sapo-parteiro-ibérico, sapo-parteiro-fossador

  • Alytes cisternasii

Características

O sapo-parteiro-ibérico é um pequeno sapo com aspecto robusto, cabeça curta e larga, patas e dedos curtos. Os olhos são proeminentes, de cor dourada e possuem pupila vertical. Coloração variável. Habitualmente a pele do dorso é castanho-avermelhada, com numerosas manchas mais escuras e verrugas muito características de cor vermelho vivo. O ventre é esbranquiçado. Os adultos não ultrapassam os 3,5-4,5 cm de comprimento.


Ecologia

Durante a época seca, este sapo passa o tempo completamente adormecido nalgum buraco por ele próprio escavado no solo ou entre as pedras de muros e casas arruinadas. Logo que caiem as primeiras chuvas do outono, o sapo-parteiro começa a sair do seu esconderijo, quase sempre de noite, à procura de insectos, aranhas e lesmas. Em breve, começam a ouvir-se os cantos dos machos, um simples assobio curto e monótono. O acasalamento dura cerca de 30 minutos, após o que o macho coloca algumas dezenas de ovos já fecundados sobre o dorso e as coxas, mantendo-se unidos devido ao cordão que os une e às secreções pegajosas que os envolvem. Durante 3-4 semanas, o macho zela pela sua progenitura, tendo especial cuidado em proteger os ovos da secura e da humidade excessiva. Os girinos, com cerca de 1 cm de comprimento, possuem já os rudimentos das patas posteriores e nadam activamente em busca de crustáceos e outros pequenos seres aquáticos. Durante 3 meses, os girinos vão crescendo lentamente até atingirem cerca de 9 cm. Após a transformação estar completa os girinos transforma-se em pequenos sapos com 2-3cm, afastando-se rapidamente da água.


Fenologia

Residente (Res)


Estado de Conservação

Pouco Preocupante (LC)


Distribuição Geral

Espécie endémica do Centro e Sudoeste da Península Ibérica. Em Portugal aparece essencialmente nas regiões a sul do Tejo. Trata-se pois de uma espécie adaptada a características bioclimáticas mediterrânicas. No Algarve vive em zonas pedregosas e arenosas, nas encostas das ribeiras ou nos arredores de algum charco ou lagoa, encontrando-se associado aos matagais de estevas e carrascos da Serra e do Barrocal, bem como às manchas mais extensas de pinhal-manso e aos montados de sobro um pouco por toda a região.

Distribuição Geográfica

Referências

Almargem, 2002. Anfíbios do Algarve.

Almeida, N., Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J., Almeida, F. (2001). Anfíbios e Répteis de Portugal – Guias Fapas.

Loureiro,A., Almeida,N., Carretero, M., Paulo, O. (2010). Atlas dos Anfíbios e Répteis de Portugal.